quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Pulsos



Veias abertas.
Sinto o sangue circular em meu corpo como se fosse a primeira vez.
Borbulha.
E o coração acalera-se no rítmo.
A verdade pusante.
As luzes da cidade.
O céu e a paisagem.
A dor, a solidão, a queda, o real... O disparate da vida.
Uma desventura sem fim.




Sim,
Prefiro este hoje escuro.
É triste mas é vida, é cinza mas existe.
Não é masoquismo,
É tentar achar ouro no carvão,
É no ostracismo encontrar minha pérola.
Pois o adeus é apenas um começo, a dor é que é um fim.
Amarei este só, amarei este preto, amarei este silêncio que machuca.
Deste mundo é o que eu tenho certeza: para tudo há uma explicação, ou se não, uma consequência.
A navalha que corta,a palavra que fere, a solidão que amargurece:
É ruim, mas é bom.
Doi, mas se sente.
Mata, mas é vivo.
É importante, É necessário. É o que eu preciso.



sábado, 19 de novembro de 2011

Coisas que acabam

Eu sempre tive um certo problema com mudanças... não as que a gente busca, mas aquelas que temos que engolir depois que alguma coisa acaba - seja um período, um ciclo, um trabalho, um relacionamento, uma situação qualquer. Minha tendência é tentar fazer as coisas legais permanecerem indefinidamente do jeito que estão, eu me acostumo muito fácil e me apego a esses costumes de maneira bem emocional.
Aí, quando algo acaba (e tudo, mas TUDO MESMO acaba), é que nem uma morte pra mim. E me custa muito ter que começar alguma coisa nova. Aliás, pior: escolher e conquistar essa coisa nova, mesmo sabendo que ela também vai acabar depois.


Conselhos sábios pra mim?




(obs: ninguém visita seu blog desde que vc o refez...)

domingo, 23 de outubro de 2011





Chama do meu ser
Oh...! Quanto prazer em ser,
Me queime.
Quero desfrutar o sabor dessa passagem,
Viver os verbos e ser inconstante.
Senti o paladar, o gozo, o cheiro e a brisa
Ah...Delícia!
Tarde, noite e dia,
Tarde, noite e dia,
Tarde, noite e dia...

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

RodaMundoGiraMundoNãoParaRoda...





Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu...
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino prá lá ...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira prá lá...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
A roda da saia mulata
Não quer mais rodar não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou...
A gente toma a iniciativa
Viola na rua a cantar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a viola prá lá...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
O samba, a viola, a roseira
Que um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou...
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a saudade prá lá ...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...(4x)
(Chico Buarque de Holanda- Roda Viva)




                                            

O verbo do meu presente





A palavra é algo que nem consigo perceber: sai de mim apenas.
Natural como núvens que vagam no céu,
a gravidade e a metafísica,
Ela transborda de mim e cai no papel
Palavrar é o que me resta e hoje é minha sina.

Mas não palavro da maneira que se deve palavrar
Não entendo muito de palavreado
Eu palavro o quero
Palavro sobre mim
Palavro da maneira que melhor caber a mim.
Palavro para aliviar e transformar a dor,
Para fugir e esquecer,
Palavro para esvaziar e não mais caber.

Só a palavra consegue refletir, em imagem concreta,
o que se passa na minha alma inquieta.
Falar e se expressar ao mesmo tempo, às vezes, é algo difícil demais de se fazer

Mas não gosto de sempre palavrar. Longe de mim!
A palavra é como uma droga: quando a uso, do mundo me vejo fora.
Mas o que fazer se meu corpo palavra, minha alma palavra, e eu transcedo quando
nas linhas me perco?

Árvore





Neste caule permaneço.
Vivo parada, enraizada.
Gosto do céu e da chuva,
do sol que me aquece e me ilumina.
No dia eu aproveito, à noite eu respiro,
Assim vivo.
Mas estou seca, descada, decídua
Estou só na imensidão deste azul.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

O Admirável Mundo Novo: apenas uma Fábula Científica ou uma Crítica Fundamentada?




RESUMO
''O  cientificamente possível é eticamente viável? O Admirável Mundo Novo, escrito por Aldous Huxley em 1931 é uma “fábula” futurista relatando uma sociedade completamente organizada, sob um sistema científico de castas. Não haveria vontade livre, abolida pelo condicionamento; a servidão seria aceitável devido a doses regulares de felicidade química e ortodoxias e ideologias seriam ministradas em cursos durante o sono. Olhando o presente, podemos imaginar um futuro semelhante em termos de avanços tecnológicos. Será ele de excessiva falta de ordem, da ordem em excesso preconizada por Huxley ?''


     Esse é disparado um dos melhores livros que já li. Huxley vai mais além nas conquistas humanas e suas perspectivas.E muito mais além ainda quando retrata a sociedade de um ponto de vista totalmente diferente do que seria hoje -Imagine uma civilização de excessiva ordem onde todos os homens eram controlados desde a geração por um sistema que aliava controle genético (predestinação) a condicionamento mental, o que os tornava dominados pelo sistema em prol de uma aparente harmonia na sociedade. Não havia espaço para questionamentos ou dúvidas, nem para os conflitos, pois até os desejos e ansiedades eram controlados quimicamente pelo “Soma”, sempre no sentido de preservar a ordem dominante. A liberdade de escolha estava restrita a poucas matérias da vida. As castas superiores eram decantadas em betas, alfas e alfas + e se originavam de óvulos biologicamente superiores, fertilizados por esperma biologicamente superior, recebendo o melhor tratamento pré-natal possível. Já as castas inferiores, bem mais numerosas, recebiam um tratamento diferenciado: provinham de óvulos inferiores, fertilizados por esperma inferior, passavam por um processo denominado Bokanovsky (noventa e seis gêmeos idênticos retirados de um só ovo) e eram “tratados prénatalmente, com álcool e outros venenos proteínicos”(Huxley). Não existia o conceito de família, ''cada um pertence a todos'' (Huxley), as pessoas não envelheciam por ter ótima especialização biológica, o mundo era ''perfeito e organizado'' pois não havia conflitos e frustações existencias, guerras e embates sociais.
      O livro que foi escrito em 1931 ainda pode ser considerado um tipo de reflexão para os dias atuais. Adimirável mundo novo nos faz refletir sobre o futuro e ao mesmo tempo, a condição humana hoje. Que passo estamos dando em direção ao futuro? Até onde chegamos para extinguir nossas mazelas?

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Janela




Pedaço do mundo em qual está
Ligação entre o nada e o ser
O que está fora e o que está dentro
O barulho e o silêncio
O ambiente e a luz do dia
O ambiente e a luz da noite.
Um pouco de liberdade ligada a uma liberdade maior
Liberdade limitada por esqruadrilhas
Saída, armadilha e buraco na parede
Ar emoldurado
O tudo em um pequeno espaço
A verdade diante dos olhos.
Sou tudo que você ve
E só consigo ser o tempo presente
O espaço presente
O aqui e o agora.

Metalinguagem Poética



E minha mente diz,
Vida:
Como uma contradição absoluta,
A vida é tão curta e larga.
Está acima de nossas cabeças,
e não podemos toca-la.
Busca constante e infinita do saber,
Inefável sensações,
Corrida contra o tempo em busca de ilusões.
Rio sem foz,
Céu sem limite,
Inferno e caos,
Oasis e plenitude,
Fome, desgraça e dor,
Amor, paz e sorte.
Raridade. 
Sabedoria ignorante. 
Exdrúxulo comum.

E o meu coração diz,
Vida: Não tente encontra-la em palavras. Viva para saber o que é vida


Ganhador do Premio de Poesia da Comunidade É PROIBIDO PROIBIR do Orkut

Quarta Dimensão




Me sinto infinita, vasta, mas limitada
Miúda como um grão e tão grande como o pensamento,
e tão inconstante como uma viagem sem rumo
Me encontro em certas palavras
Clarice e Pessoa às vezes me escrevem muito bem
Mas não estou, e nem sou, tão limitada ao ponto de poder ser descrita
Me encontro em certos gestos também.
Hoje me sinto como um passáro novo que voa num balão,
outrora, achava que nunca iria conseguir voar
Apesar de não ser a mesma coisa, estou voando, é o que importa!
Assim percorro o caminho
eu apenas o sigo e escrevo como se fosse um outro olhar sobre mim.

Esperança





Saia de dentro de si
Olhe o outro
Sinta a dor do outro
Não precisa ter vida
Basta olhar o Sol nascendo
O vento nas árvores abalouçar
Uma criança a sorrir
Uma mulher gerando
Olhe o azul do céu, azul como somente o céu
Deus não precisa ser aceito
Ele é nós.
Nós somos deuses
Ame também a dor
Ame seus olhos que choram
Siga, só pra ver onde vai dar
Se dê uma chance
Amanhã quem sabe o que vai rolar?

Questão de Tempo


                                                          

Quanto tempo dura a eternidade?
Quanto tempo dura o presente?
Quanto tempo dura o tempo?
A eternidade dura o tempo que é preciso,
O presente dura um tempo infinito,
E o tempo é o presente, é eterno, e dura nada.