quinta-feira, 24 de abril de 2014

Poema Sentido





O verdadeiro sentido das coisas é as coisas não terem sentido
Mas eu brinco de ilusão pra poder achar sentido nelas
O verdadeiro caminho pra felicidade é a felicidade não ter caminho
Mas eu brinco de me perder pra poder achar o caminho dela
A verdadeira cura dos sentimentos é os sentimentos não terem cura, sentimentos tem tempo
Mas eu brinco de escrever pra poder achar um resto de tempo que me cure
Um fato sobre nós é que nascemos e depois morreremos
Mas brincamos de viver pra poder achar outros fatos além deste.

Nós achamos muita coisa, muitas coisas além do que elas são
Achamos coisas boas e coisas ruins pelo caminho
Achamos que a felicidade se escreve com o tempo
Achamos que viver cura os nossos fatos
E que ter dar algum sentido à vida 
Mas a verdade da vida é que ela só tem sentido quando se brinca.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Sobre a infinidade das coisas



Barulho e silêncio leva e releva o tempo que eleva a mente sã e estranha das pessoas e suas entranhas sabedorias por encantações de ideias e sentimentos que decompõem a luz do mistério da razão paixão por exatidão que contam estrelas no luar.

Ao luar, diálogos disfarçados de dores e prazeres que veem a explodir nas bocas e esvanecem como brisa. A vida é um solo fértil e fétido onde estão nossas raízes.
Luzes, árvores, bichos, vozes, olhos, pernas, braços, lagos e capim, todos mortos se misturam clamando por vida. 

Sinto sua presença como quem ganhasse um presente em curto prazo: um abraço. Que excitação torturante, que medo alegre, é te esperar.

domingo, 14 de abril de 2013

8 de março



Dia pouco, vida louca, existência breve, mente insana, alma inocente.
A mansidão da minha insensatez dentro da minha perturbada normalidade.
E assim vou carregando comigo marcas sofridas de tanto tentares...
A história já carrega consigo marcas de várias feridas onde heroicos e nobres se sobrepõem 
Mas é lamentável a necessidade de valer-se na vida, pois só retrata o caos em que nos organizamos. Sintomas de incapacidade política.
Quisera eu viver naquele mundo admirável... Onde a religião é o prazer, a causa a distração, e nossas obrigações cabe apenas em achar um lugar em si próprio, e não numa sociedade.
Minha vida é tédio a maior parte do tempo e brandamento de súbito.
Por vezes é vida, mas por mais vezes é morte.
Culpa minha? Culpa dos outros? Culpa de Deus?
Só sei que a cada dia que passa, a única convicção que tenho é que deveríamos ser como se já não fôssemos e viver como se já não pudêssemos, pois o resto não nos pertence e nem nunca nos pertencerá. 

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Demian

A vida de todo ser humano é um caminho em direção a si mesmo, a tentativa de uma caminho, o seguir de um simples rastro. Homem algum chegou a ser completamente ele mesmo, mas todos aspiram a sê-lo, obscuramente alguns, outros mais claramente, cada qual como pode. Todos levam consigo, até o fim, viscosidades e cascas de ovo de um mundo primitivo. Há os que não chegam jamais a ser homens, e continuam sendo rãs, esquilos ou formigas. Outros que são homens da cintura para cima e peixes da cintura para baixo. Mas cada um deles é um impulso em direção ao ser. Todos temos origens comuns: as mães, todos provenientes do mesmo abismo, mas cada um - resultado de uma tentativa ou de um impulso inicial- tende ao seu próprio fim. Assim é que podemos entender-nos uns aos outros, mas somente a si mesmo pode cada um interpretar-se.

                                                                              Herman Hesse.

Dor


O que dói não é a solidão, é a espera de alguém.
O que dói não é estar aqui, é não ter razão para estar aqui.
O que dói não é a morte da vida, é a morte do viver.
Dói  o pó,
Dói a causa,
Dói o nada,
Dói o lamento,
Dói o ser.
Dói o que eu vejo,
Dói o que eu sinto,
Dói morrer.
Dói não ter saída...
Dói,dói,dói...
apenas dói.

Dói o hoje.

Mas o que é dor?
Minha dor é interna.
Não fere a pele
Me faz morrer dentro de mim e outrora me faz nascer em mim
É lasciva, pulsante, me esquenta e me queima
É um sopro
O único sopro de  vida que tenho em mim agora
A dor me salva.

domingo, 10 de março de 2013

Mais uma dose de Nome Próprio

''Ninguém vive a paixão impunemente. A intensidade é uma doença contagiosa. Eu não concebo a vida sem contágios. 

Sei sobre a dor da solidão, a falta de ar e a perda de chão.   Sei que mais nada tem importância. Sei que o mundo vai ficar pequeno e perder o sentido.''


''Fico pensando que ninguém se cura de nada, nunca. E que a dor são poros por onde transpira a escrita. Tudo sobra em mim e ao mesmo tempo não há nada em mim, nem ninguém.''

''Não sei se é ausência de pernas ou de mim. Não sei se é ausência de chão. Eu sei que é um amolecimento das formas. Um derramar das coisas. Um desmaio. Um suspiro sem corpo. Um bicho.
Parece ser um bicho no vento tanto quanto pessoa na tempestade. Ou não ser, não ser nada e vazio.
Nada me resta senão me perder em você. Senão morrer um pouco. Senão gozar sem saber do que se goza.'' 

''Hoje eu vou procurar a palavra que se perdeu. Que escapuliu entre meus dedos. Que escorreu por minhas mãos. Eu hoje vou conter nas letras esse fluxo que não para de me levar para longe daqui. Eu hoje vou ficar quieta, enquanto frases se formam, enquanto parágrafos inteiros se fixam na tela. Alguns fogem, e eu deixo que fugam. Porque sei que posso recupera-los  melhores adiante. Não me desespero mais. Encontrei o leito por onde escoar o meu excesso.''


Definitivo, como tudo o que é simples. 
Nossa dor não advém das coisas vividas, 
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram. 
   
Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos 
o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções 
irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado 
do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter 
tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que 
gostaríamos de ter compartilhado, 
e não compartilhamos. 
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade. 
   
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas 
as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um 
amigo, para nadar, para namorar. 
   
Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os 
momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas 
angústias se ela estivesse interessada em nos compreender. 
   
Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada. 
   
Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo 
confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, 
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar. 
   
Por que sofremos tanto por amor? 
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma 
pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez 
companhia por um tempo razoável,um tempo feliz. 
   
Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um 
verso: 
   
Se iludindo menos e vivendo mais!!! 
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida 
está no amor que não damos, nas forças que não usamos, 
na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do 
sofrimento,perdemos também a felicidade. 
   
A dor é inevitável. 
O sofrimento é opcional...
    
                                                                            Carlos Drumond de Andrade

sábado, 9 de março de 2013

as palavras já dizem o quanto é especial esse filme


 
                                                                                                  

"Minha dor é interna, não curte a pele, não estraga o corpo. Mas meus olhos me delatam. A dor estava toda ali dentro, os olhos sérios negros e fundos. Dor de quem já viu tudo e não espera mais nada. De quem ficou sozinho a vida inteira, encarcerado em si mesmo. De quem já viu o nada, o vazio absoluto, a ausência de cor e dor e calor e música e sentimento, já foi engolido e cuspido pelo nada incontáveis vezes, e será de novo, e de novo, e mais uma vez, até a última, quando só sobrar um caroço morto, um esqueleto sem vida. Depois de ver o nada, nada mais espera. Não é como se você ficasse insensível ou entorpecido, nada disso. Aumenta o apetite por sentimentos, aumenta a intensidade, porque você sabe que ele pode chegar a qualquer momento, como uma nuvem, uma peste silenciosa, e acabar com tudo. A dor salva do nada. Só ela salva."


''Nada nunca da certo de vez, eu sei. Tudo termina sempre acabando, só o fim permanece. Fim eterno de todas as coisas. Então me dissolvo antes do fim.''

''Os dias passam, meu corpo apodrece, corpos apodrecem. Por isso nada sou senão palavras.
Quando escrevo me afirmo, quando falo ganho sentido, quando penso ganho corpo. Meu corpo palavra.''

sábado, 16 de junho de 2012

Roda de pensamento

A arte tá dentro de mim e ela quer explodir!
Cada um tem uma arte dentro de si, cada um sente algo profundo em seu ser que da sentido a si mesmo, mas é difícil fazer explodi-la.
Somos arte.Tudo é arte. Deus é arte.Tudo é Deus
Se Deus houver, somos cada um, um pedacinho dele
Talvez um dia saberemos a verdade tão buscada: a verdade do que vemos, do que existe, das coisas, do infinito, para onde vamos, da imensidão que somos e da imensidão de onde estamos. Mas enquanto isso...
SIM
Porque tudo nasce de um Sim
Um átomo disse sim a outro átomo e a vida nasceu
Vida é algo que não sei dizer
Mas viver é simplismente se permitir
E me permito acreditar que vida não é apenas vida, eu sou apenas eu, e você seja apenas você
Mesmo tudo sendo tão breve e sem explicação
Tão breve e sem explicação quanto sou eu
Tão além e sem explicação quanto é Deus
E vejo que eu sou o Deus de agora
Está é a arte
E ela explodiu.








A sensação de se encontrar nas palavras é como a descoberta de si mesmo






 Meu mistério é simples: Eu não sei como é estar viva.
- É que você só sabe através da dor.
-É.
- E não sabe como estar viva através do prazer?
[...]
-Pois eu tive que pagar a minha dívida de alegria a um mundo que tantas vezes me foi hóstil.
-Viver,disse ela naquele diálogo incongruente em que pareciam se entender, viver é tão fora do comum que eu só vivo porque nasci. Eu sei que qualquer pessoa diria o mesmo, mas o fato é que sou eu quem estou dizendo.
- Você ainda não se habitou a viver?
-Não.
-Então voce é a verdadeira mulher para mim, porque na minha aprendizagem falta alguém que me diga o óbvio com um ar tão extraordinário. O óbvio, Lóri, é a verdade mais difícil de se enxergar.
-Mas é triste só enxergar o óbvio como eu  e acha-lo estranho. De repente é como se eu abrisse a minha mão e dentro descobrisse uma pedra: um diamante irregular em estado bruto.Oh Deus, eu já nem sei mais o que estou dizendo.''

sexta-feira, 15 de junho de 2012

   E lá estava. Mais uma vez só. E na areia da praia, olhando para o mar, tentava achar naquele lugar e em si mesma, algum motivo que ainda a fizesse continuar sua vida desventurada. Chegava a conclusão que só conseguiria isso se tivesse outra vida. Ela só queria se encontrar. Ela só queria algo que não sabia. Talvez, só quisesse sorrir. Mas não há nada nem ninguém. Por sinal, nunca na sua vida houve alguém. Sempre foram só momentos, uns bem intensos e outros menos, mas sempre passageiros. Sua vida, talvez, nunca tenha valido para alguém, antes ela, mas agora nem ela sabe se vale mais...
    ''Tempo, passado, futuro...tudo isso é uma grande besteira. Tempo é ilusão. Apenas no estado em que se encontra-Agora- é que a vida faz sentido e tudo mais acaba fazendo sentido.'' Assim pensara.
     Mas como cada instante que vivia, nada lhe valia, nada lhe fazia sentido, ela só pensava em duas coisas:   Ou viver ou morrer. Viver era difícil, pois para isso temos q ter algum motivo ou ser o motivo. Viver apenas por viver, apenas por existir,talvez, fosse pior do que a solidão e a fome. Já morrer parecia ser o caminho mais fácil, pois não precisa haver motivo para morrer. Morre-se, apenas. Assim pensara.
   - ''Os raios de sol me chamam para algum lugar que eu não sei onde é. As ondas me puxam pra um estado de espírito do qual eu nunca soubera em vida o que é sentir. O céu é a maior e mais linda contemplação de tudo que me parece belo. Ora, para onde mais terei que ir, senão aqui!? Isto não é a solução, é o caminho''
   Levantou-se e foi em direção ao mar.
 




 

terça-feira, 1 de maio de 2012

eu não sei como, não sei porque, e não sei como parar,
mas me tornei alguém tão desagradável ultimamente,
não consigo mais me dar bem com quse ninguém,
e se me dou, logo já acontece algo que fode tudo
e eu não aguento mais isso,
todo mundo ta tão chato ultimamente,
e eu também,
mas parece que as pessoas que eu me dava bem antes simplesmente são um bando de idiotas hipócritas,
parece que todos ficam esperando puxação de saco,
ninguém é simpático e agradável com os outros, mas ai dos outros se não forem com eles.

sabe, eu sei que eu fiquei bem chato de uns tempo pra cá,
mas acho que meu problema se resolveria com pessoas novas na minha vida,
porque eu sei que não sou só eu 

 

(não fui eu q escrevi, mas se eu não soubesse disso, jurava que teria sido eu)

domingo, 29 de abril de 2012

Nenhum rosto me satisfaz!
Nesse devaneio sem fim, me perco nessa multidão sem nome.
Nem sei na verdade quem és,
Mas sinto uma saudade amarga,
Aquela falta do que nunca foi meu,
E sou tomada pela sensação de que perdi algo que nunca me pertenceu.

Atormenta-me esse encontro sem data,

Tua lembrança sem imagem,
Essa louca vontade de deixar em teus braços, minha alma se perder.
E na escuridão da madrugada,
Vagando em meus pensamentos,
Questiono-me onde estás, e quem afinal de contas é você.

Não sei se pensas em mim, ou imaginas quem eu possa ser.

Nem sei se tu existes, ou se isso é pura insensatez a fazer minha lucidez desvanecer.
Mas há desejo, não nego. Vivo atormentada pela ilusão que eu mesma criei.
Uma cobiça sem tamanho, em ter alguém a quem idealizei.

Admito...

Às vezes minha certeza hesita, mas continuo a buscar.
Embora haja momentos em que uma dúvida me faz oscilar:
Será que realmente é outro alguém a quem procuro?...
Ou é somente a mim mesma que anseio encontrar?

Gil Façanha

sábado, 31 de março de 2012

Solidão é lava que cobre tudo, armagura em minha boca, sorri seus dentes de chumbo....



Queria um amor para fazer sumir minhas dores,
Para acalmar os meus ansejos,
Para me fazer sentir viva,
Para passar os dias,
Para me tirar desse desassossego,
Para me libertar...
Todos dizem que é fácil, que só basta amar e não ve diferença
Mas meu caso é raro,
Amor, às vezes, já quase não sinto por quem me sente
Desamor sente por mim quem eu já tentei amar quase sempre
Amor só sinto pelos laços primordias
Amar é difícil quando se tenta amar
O amor simplismente acontece
E meu caso é raro por isso: nunca aconteceu. 




quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Pulsos



Veias abertas.
Sinto o sangue circular em meu corpo como se fosse a primeira vez.
Borbulha.
E o coração acalera-se no rítmo.
A verdade pusante.
As luzes da cidade.
O céu e a paisagem.
A dor, a solidão, a queda, o real... O disparate da vida.
Uma desventura sem fim.




Sim,
Prefiro este hoje escuro.
É triste mas é vida, é cinza mas existe.
Não é masoquismo,
É tentar achar ouro no carvão,
É no ostracismo encontrar minha pérola.
Pois o adeus é apenas um começo, a dor é que é um fim.
Amarei este só, amarei este preto, amarei este silêncio que machuca.
Deste mundo é o que eu tenho certeza: para tudo há uma explicação, ou se não, uma consequência.
A navalha que corta,a palavra que fere, a solidão que amargurece:
É ruim, mas é bom.
Doi, mas se sente.
Mata, mas é vivo.
É importante, É necessário. É o que eu preciso.



sábado, 19 de novembro de 2011

Coisas que acabam

Eu sempre tive um certo problema com mudanças... não as que a gente busca, mas aquelas que temos que engolir depois que alguma coisa acaba - seja um período, um ciclo, um trabalho, um relacionamento, uma situação qualquer. Minha tendência é tentar fazer as coisas legais permanecerem indefinidamente do jeito que estão, eu me acostumo muito fácil e me apego a esses costumes de maneira bem emocional.
Aí, quando algo acaba (e tudo, mas TUDO MESMO acaba), é que nem uma morte pra mim. E me custa muito ter que começar alguma coisa nova. Aliás, pior: escolher e conquistar essa coisa nova, mesmo sabendo que ela também vai acabar depois.


Conselhos sábios pra mim?




(obs: ninguém visita seu blog desde que vc o refez...)

domingo, 23 de outubro de 2011





Chama do meu ser
Oh...! Quanto prazer em ser,
Me queime.
Quero desfrutar o sabor dessa passagem,
Viver os verbos e ser inconstante.
Senti o paladar, o gozo, o cheiro e a brisa
Ah...Delícia!
Tarde, noite e dia,
Tarde, noite e dia,
Tarde, noite e dia...

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

RodaMundoGiraMundoNãoParaRoda...





Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu...
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino prá lá ...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira prá lá...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
A roda da saia mulata
Não quer mais rodar não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou...
A gente toma a iniciativa
Viola na rua a cantar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a viola prá lá...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
O samba, a viola, a roseira
Que um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou...
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a saudade prá lá ...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...(4x)
(Chico Buarque de Holanda- Roda Viva)




                                            

O verbo do meu presente





A palavra é algo que nem consigo perceber: sai de mim apenas.
Natural como núvens que vagam no céu,
a gravidade e a metafísica,
Ela transborda de mim e cai no papel
Palavrar é o que me resta e hoje é minha sina.

Mas não palavro da maneira que se deve palavrar
Não entendo muito de palavreado
Eu palavro o quero
Palavro sobre mim
Palavro da maneira que melhor caber a mim.
Palavro para aliviar e transformar a dor,
Para fugir e esquecer,
Palavro para esvaziar e não mais caber.

Só a palavra consegue refletir, em imagem concreta,
o que se passa na minha alma inquieta.
Falar e se expressar ao mesmo tempo, às vezes, é algo difícil demais de se fazer

Mas não gosto de sempre palavrar. Longe de mim!
A palavra é como uma droga: quando a uso, do mundo me vejo fora.
Mas o que fazer se meu corpo palavra, minha alma palavra, e eu transcedo quando
nas linhas me perco?

Árvore





Neste caule permaneço.
Vivo parada, enraizada.
Gosto do céu e da chuva,
do sol que me aquece e me ilumina.
No dia eu aproveito, à noite eu respiro,
Assim vivo.
Mas estou seca, descada, decídua
Estou só na imensidão deste azul.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

O Admirável Mundo Novo: apenas uma Fábula Científica ou uma Crítica Fundamentada?




RESUMO
''O  cientificamente possível é eticamente viável? O Admirável Mundo Novo, escrito por Aldous Huxley em 1931 é uma “fábula” futurista relatando uma sociedade completamente organizada, sob um sistema científico de castas. Não haveria vontade livre, abolida pelo condicionamento; a servidão seria aceitável devido a doses regulares de felicidade química e ortodoxias e ideologias seriam ministradas em cursos durante o sono. Olhando o presente, podemos imaginar um futuro semelhante em termos de avanços tecnológicos. Será ele de excessiva falta de ordem, da ordem em excesso preconizada por Huxley ?''


     Esse é disparado um dos melhores livros que já li. Huxley vai mais além nas conquistas humanas e suas perspectivas.E muito mais além ainda quando retrata a sociedade de um ponto de vista totalmente diferente do que seria hoje -Imagine uma civilização de excessiva ordem onde todos os homens eram controlados desde a geração por um sistema que aliava controle genético (predestinação) a condicionamento mental, o que os tornava dominados pelo sistema em prol de uma aparente harmonia na sociedade. Não havia espaço para questionamentos ou dúvidas, nem para os conflitos, pois até os desejos e ansiedades eram controlados quimicamente pelo “Soma”, sempre no sentido de preservar a ordem dominante. A liberdade de escolha estava restrita a poucas matérias da vida. As castas superiores eram decantadas em betas, alfas e alfas + e se originavam de óvulos biologicamente superiores, fertilizados por esperma biologicamente superior, recebendo o melhor tratamento pré-natal possível. Já as castas inferiores, bem mais numerosas, recebiam um tratamento diferenciado: provinham de óvulos inferiores, fertilizados por esperma inferior, passavam por um processo denominado Bokanovsky (noventa e seis gêmeos idênticos retirados de um só ovo) e eram “tratados prénatalmente, com álcool e outros venenos proteínicos”(Huxley). Não existia o conceito de família, ''cada um pertence a todos'' (Huxley), as pessoas não envelheciam por ter ótima especialização biológica, o mundo era ''perfeito e organizado'' pois não havia conflitos e frustações existencias, guerras e embates sociais.
      O livro que foi escrito em 1931 ainda pode ser considerado um tipo de reflexão para os dias atuais. Adimirável mundo novo nos faz refletir sobre o futuro e ao mesmo tempo, a condição humana hoje. Que passo estamos dando em direção ao futuro? Até onde chegamos para extinguir nossas mazelas?

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Janela




Pedaço do mundo em qual está
Ligação entre o nada e o ser
O que está fora e o que está dentro
O barulho e o silêncio
O ambiente e a luz do dia
O ambiente e a luz da noite.
Um pouco de liberdade ligada a uma liberdade maior
Liberdade limitada por esqruadrilhas
Saída, armadilha e buraco na parede
Ar emoldurado
O tudo em um pequeno espaço
A verdade diante dos olhos.
Sou tudo que você ve
E só consigo ser o tempo presente
O espaço presente
O aqui e o agora.

Metalinguagem Poética



E minha mente diz,
Vida:
Como uma contradição absoluta,
A vida é tão curta e larga.
Está acima de nossas cabeças,
e não podemos toca-la.
Busca constante e infinita do saber,
Inefável sensações,
Corrida contra o tempo em busca de ilusões.
Rio sem foz,
Céu sem limite,
Inferno e caos,
Oasis e plenitude,
Fome, desgraça e dor,
Amor, paz e sorte.
Raridade. 
Sabedoria ignorante. 
Exdrúxulo comum.

E o meu coração diz,
Vida: Não tente encontra-la em palavras. Viva para saber o que é vida


Ganhador do Premio de Poesia da Comunidade É PROIBIDO PROIBIR do Orkut